Remoção de rodovias urbanas é tendência ecológica mundial
Em todo o planeta, rodovias de alta velocidade em regiões centrais das
cidades têm sido gradualmente desativadas e substituídas por
alternativas não só mais eficientes, mas também mais ecológicas. É o que
aponta o estudo
"Vida & Morte das Rodovias Urbanas",
cuja versão em português foi apresentada na semana passada pelo
Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (ITDP Brasil)
e a EMBARQ Brasil. O documento, publicado originalmente em inglês em
2012, aponta a tendência mundial de remoção de vias expressas em centros
urbanos. Conforme o estudo, a desativação de pistas de alta velocidade e
tráfego intenso de automóveis no centro de cidades acontece:
- Pelo alto custo para manutenção, reconstrução e reparo;
- Devido à degradação das áreas no entorno, isolamento e desvalorização de imóveis;
- Para abrir espaço para o desenvolmento urbano de áreas degradadas;
- Para garantir acessibilidade às margens de cursos d’água urbanos;
- Por eficiência (rodovias funcionam bem para tráfego a longas
distâncias e alta velocidade, mas são menos eficientes para transporte
urbano que outros modais, como corredores de ônibus, por exemplo).
- No lugar da expansão e alargamento de avenidas para carros e abertura de
túneis, viadutos e elevados, prefeitos têm apostado cada vez mais em
investimento em transporte coletivo como solução para congestionamentos.
O relatório aponta que o pensamento predominante no urbanismo durante o
século passado de que, para melhorar o trânsito basta ampliar a
infraestrutura viária, foi superado em boa parte do planeta. Segundo o
estudo, é melhor ampliar e subsidiar sistemas de transporte coletivo do
que abrir mais espaço para circulação de veículos de transporte
individual. Apesar da tendência, em algumas metrópoles a construção de
rodovias urbanas e expansão de avenidas ainda é tida como solução
principal para o trânsito - no Brasil, inclusive.
Entre os principais impactos ambientais das rodovias urbanas estão desde
a concentração de poluição, que afeta a saúde da população em geral,
até a formação de ilhas de calor. Segundo os organizadores, "o objetivo
do estudo é questionar o uso do automóvel como principal ator de
mobilidade nas cidades e mostrar que, ao priorizar as pessoas, as
cidades se tornam mais vivas, ativas e saudáveis". As informações do
estudo foram organizadas pelo Data Cidades em um mapa. Clique em cada um
dos cinco exemplos abaixo para saber mais e use o zoom para ver imagens
de satélite de cada uma das regiões citadas no estudo.
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