CALIGRAMA
Caligrama é um tipo de poema visual nomeado e
popularizado nos primórdios das vanguardas históricas do século XX, que se expressa através de uma original disposição gráfica do texto
escrito, formando uma espécie de pictograma e representando um símbolo, objeto real ou figura que é a própria imagem principal do poema.
A
partir do estudo desse tipo de poema ,passou-se a usar o termo para definir um texto escrito cuja
"forma" pretende representar, seu design como complemento ao sentido.
Diferentemente de outros tipos de
poemas visuais, como os produzidos pela poesia concreta, abstraindo-se da figura formada, é necessário que possamos compreender
perfeitamente o texto resultante para que possamos classificar o poema como
caligrama.
Da mesma forma, também o uso de
quaisquer recursos figurativos que não pertençam ao mundo da escrita
descaracterizam o poema visual como caligrama, cuja origem tem relação com
"caligrafia" e ambos relacionados somente ao universo lexical da
escrita.
Tendo antecedentes históricos desde a
Antiguidade , quando ainda não se dispunha de
técnicas para a multiplicação da informação, como a imprensa, o caligrama era
simples, não possuía esse nome e, posteriormente, no século XVI, suas possibilidades de composição eram bastante limitadas em função
das convenções que tornavam necessário o uso da pontuação e de maiúsculas no
início de cada linha.
Sendo assim, fazendo uso de novas
liberdades, permitidas por uma mudança das mentalidades em relação às artes e
pelas novas técnicas produzidas pela moderna tecnologia, a partir do início do século XX é criado o conceito de caligrama.
Não se sabe ao certo em que momento
do início do século XX o caligrama foi reinventado ou quem teria sido o
primeiro poeta a usá-lo, mas o feito é frequentemente creditado ao poeta Guillaume Apollinaire, o primeiro a usar a palavra calligramme, em 1918.
Seus caligramas,
apesar de serem resultantes de uma mentalidade inovadora e impressos com
recursos tipográficos avançados, para a época, e de representarem seu objeto de
forma ainda objetiva, transmitiam sempre algo de subjetivo, sendo extremamente líricos.
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